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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Um só

Entender que ele e a mãe não são um ser único é um passo importante na vida de um bebê.
Mas em que momento a mãe consegue também assimilar esta separação? Agora que sou sou veterana de segunda viagem, sei que vai ocorrer em breve, mas no momento, meu bebê de oito meses e eu ainda não atingimos este marco do desenvolvimento. 

Ele está em mim no frio na barriga de quando o vejo doente, está no aperto no coração de quando preciso deixá-lo com outra pessoa, está nas dúvidas das decisões duradouras que tomo em minha vida, na culpa de não ter tanto tempo para cuidar da minha filhinha maior, está no encanto de vê-lo bater palminhas pela primeira vez, no sono que me consome, na satisfação de perceber que ele já gosta de brincar... 

E não só nas sensações ele se mostra em mim. Como diz aquela música que adoro, "Até quem me vê lendo jornal na fila do pão" pode enxergar meu bebê: ele está  nos insistentes dois quilos remanescentes da gravidez, está nas olheiras do meu rosto, está no meu rabo de cavalo mal feito, ele está na maquiagem que eu deveria estar usando, no esmalte descascado das minhas unhas, está na mancha no colarinho da minha blusa, na roupa escolhida com o pré-requisito indispensável de servir para  amamentar, ele está na pressa em voltar para casa, está na minha ausência nos compromissos sociais. 

Mas quando aqueles dois olhinhos lindos me identificam no meio de uma dezena de outros rostos e um sorriso que vem de dentro da alma se projeta, vejo que sou o centro do mundo dele, entendo que sou tudo em sua vida e não existe recompensa maior. Esqueço o cansaço e me delicio com  toda a magia desta fase  única que  é só nossa, onde contrariamos as leis da física e somos um só. 


Ele está na maquiagem que eu deveria estar usando, no esmalte descascado das minhas unhas.


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